Cerca de 30% da população brasileira é afetada por hipertensão arterial e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta que, embora a maioria dos casos seja em adultos, a pressão alta também ocorre na infância.
Segundo o Departamento de Cardiologia da SBP, por não ser prevalente em crianças, a doença, muitas vezes, ela não é nem investigada. Ocorre que, a falta de investigação pode trazer retardos diagnósticos que poderiam ser corrigidos ou, até mesmo, começar tratamentos para permitir que essa hipertensão seja controlada antes de se tornar mais grave no futuro.
Para marcar o Dia Mundial da Hipertensão Arterial, comemorado nesta sexta-feira (17), especialistas alertam pais e profissionais de saúde sobre a importância da detecção precoce e da prevenção da hipertensão arterial em crianças e adolescentes porque crianças também podem ter hipertensão arterial e que o diagnóstico deve ser feito precocemente. O recomendado pela SBP é que toda criança que vai ser avaliada pelo pediatra deve medir a pressão arterial. Essa conduta deve ser feita também no período neonatal.
Segundo a SBP, a medição da pressão arterial deve ser conduta rotineira nas consultas de crianças e jovens porque muitos pacientes são atendidos sem que seja aferida a pressão arterial durante a consulta e muitas vezes a criança já tem essa condição que passa desapercebida pelo profissional de saúde porque, com frequência, o paciente é assintomático.
Segundo estatísticas nacionais, entre 3% e 15% de crianças e adolescentes brasileiros são afetados pela hipertensão arterial, embora o número mais aproximado seria entre 3% e 5%, dependendo da fonte, da população analisada e da prevalência. O aumento do percentual para até 15%, em especial entre os adolescentes, estaria ligado aos fatores de sobrepeso e obesidade, cuja prevalência já estaria perto de 25% ou 30%.
Especialistas alertam que o modelo da doença de hipertensão do adulto está chegando mais cedo hoje, muito provavelmente pela mudança do estilo de vida da sociedade. Os fatores de risco incluem sedentarismo, sobrepeso, obesidade, excessivo tempo de tela, poucas políticas públicas voltadas ao estímulo de atividades físicas e ao esporte. Além disso, esses são problemas mais ligados às classes sociais média e baixa, porque a classe alta tem a possibilidade de buscar soluções para o problema.
Com informações da Agência Brasil
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