Ministério da Saúde disponibilizará novo tratamento para combate à malária infantil

Ministério da Saúde disponibilizará novo tratamento para combate à malária infantil

O Ministério da Saúde está finalizando as tratativas para disponibilizar o novo tratamento para combate à malária infantil. O medicamento artesunato + mefloquina, conhecido como ASMQ, será utilizado em crianças, principalmente na comunidade indígena Yanomami. O ASMQ, produzido no Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), consiste em um tratamento oral por três dias, com dose única diária.
O ASMQ já é oferecido para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) e é indicado para casos agudos da doença. No ano passado, foram produzidas 254,4 mil unidades do medicamento. Essa iniciativa faz parte das ações do Ministério da Saúde durante a semana de celebração do Dia Mundial da Luta contra a Malária, que ocorre em 25 de abril
Desenvolvido integralmente nas instalações de Farmanguinhos, o ASMQ é considerado o tratamento mais eficaz contra a malária causada pelo parasita Plasmodium falciparum. Ele combina as substâncias cloridrato de mefloquina e artesunato, que antes eram administradas separadamente no combate à doença.
Essa combinação resulta em baixos índices de efeitos colaterais, maior adesão dos pacientes e utilização de menores doses de comprimidos, o que possibilita uma cura mais rápida. Enquanto na terapia convencional à base de quinino um adulto pode precisar ingerir até 24 cápsulas diariamente, com o ASMQ são apenas seis, em dose fixa. Para crianças, que são as principais vítimas da malária, o medicamento é fabricado na forma líquida.
Segundo informações da Farmanguinhos a facilidade de uso do ASMQ é um avanço estratégico no controle da doença. O tratamento se torna mais simples, mais curto e com menos efeitos colaterais. Já no primeiro dia de uso, o paciente sente uma melhora significativa. Esse é considerado o maior avanço no tratamento da malária nos últimos 15 anos, devido à facilidade de adesão e à velocidade de recuperação. O tratamento surgiu em 2008 em um consórcio internacional e já obteve grande sucesso em países africanos.
Além do ASMQ, o Ministério da Saúde também aprimorou a capacidade de atendimento no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami e na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) em Boa Vista (RR) no enfrentamento da malária. Durante um período de um mês, foram realizadas capacitações para 215 profissionais de saúde sobre o tratamento com foco na implementação da tafenoquina. Essa substância, que teve sua incorporação no SUS anunciada para junho de 2023, é um tratamento de dose única de dois comprimidos para pessoas com mais de 16 anos que sofrem de infecção por Plasmodium vivax, o tipo mais comum de malária no Brasil. A implementação desse medicamento já teve início em março de 2024 no DSEI Yanomami.
A malária é classificada pelo Ministério da Saúde como uma situação de emergência em saúde pública. Somente neste ano, já foram registrados 7,5 mil casos da doença em todo o território nacional.

Foto:Myke Sena /MS

Fonte:Gov.com