O Ministério da Saúde (MS) enviou, nesta segunda-feira (10), uma equipe técnica a São Paulo para acompanhar o primeiro caso de mpox no Brasil causado pela cepa 1b do vírus. A paciente, uma mulher de 29 anos, residente na região metropolitana da capital paulista, teve contato com um familiar procedente da República Democrática do Congo, onde há circulação endêmica do vírus.
De acordo com o MS, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, informou que a paciente diagnosticada com a cepa clado 1B da mpox segue internada e em isolamento. A paciente evolui bem, com as lesões já cicatrizadas e tem previsão de alta esta semana.
A equipe técnica conta com 4 profissionais, incluindo infectologista, epidemiologista de campo e técnicos especializados em vigilância epidemiológica e imunização. A liderança da equipe é do coordenador-geral de vigilância do HIV/Aids do Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), Artur Kalichman, representando o Centro de Operações de Emergências (COE-Mpox).
O ministério explica que a equipe realizará uma investigação epidemiológica detalhada, oferecerá apoio técnico-operacional à vigilância local, avaliará as medidas de controle adotadas e definirá estratégias conjuntas para resposta ao caso. O objetivo do ministério é fortalecer a vigilância epidemiológica, garantir ações preventivas e aprimorar a resposta nacional à doença, reforçando a segurança sanitária e a proteção da população brasileira.
O caso que será analisado pela equipe do MS foi confirmado laboratorialmente, com sequenciamento genético completo, revelando semelhança com registros internacionais recentes. Até o momento, não foram identificados casos secundários, mas as equipes de vigilância municipal seguem monitorando possíveis contatos.
O Ministério da Saúde mantém o monitoramento contínuo da situação epidemiológica da mpox no Brasil e no mundo, acompanhando as mais recentes evidências científicas para embasar recomendações e medidas de proteção.
Em 2024, o Brasil registrou 2.052 casos de mpox, enquanto, em 2025, até o início de fevereiro, foram notificados 115 casos de diferentes cepas em circulação. Nenhum óbito foi registrado nos últimos dois anos no país, e a maioria dos casos apresenta sintomas leves ou moderados.
A mpox é considerada endêmica na África Central e Ocidental desde a década de 1970. Em dezembro de 2022, o Congo declarou surto nacional da doença, relacionado à circulação da cepa 1 do vírus da mpox (MPXV). Desde julho do ano passado, casos da cepa 1b foram identificados em diversos países, incluindo Uganda, Ruanda, Quênia, Zâmbia, Reino Unido, Alemanha, China, Tailândia, Estados Unidos, Bélgica, Angola, Canadá, França, Índia, Paquistão, Suécia e Emirados Árabes Unidos.
Com informações do Ministério da Saúde
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