Telessaúde UFPA realiza webconferência sobre aconselhamento em amamentação

Telessaúde UFPA realiza webconferência sobre aconselhamento em amamentação

O Telessaúde UFPA/Ebserh realizará a webconferência “Atualizações em Práticas de Aconselhamento em Amamentação” no dia 14 de agosto.  O tema será ministrado pela nutricionista Mylenna Silva, que é especialista em Tecnologia de Alimentos (UFPA) e Ciência da Nutrição Humana (FACINTER) e também é facilitadora do Curso de Aconselhamento em Amamentação do Ministério da Saúde e vai atualizar os profissionais de saúde sobre o aconselhamento em amamentação. O evento será às 17h, com acesso pelo site telessaude.ufpa.br e é voltado para médicos(as), enfermeiras(os) e profissionais da saúde atuantes na Atenção Primária à Saúde no Estado do Pará.

Segundo a conferencista Mylenna Silva, essa webconferência será uma oportunidade para instigar nos profissionais de saúde o apoio à amamentação. “O objetivo dessa webconferência é que o aconselhamento em amamentação chegue às populações que têm pouco acesso ou são invisibilizadas, diminuindo as desigualdades. Será dada atenção a cenários vulneráveis como a primeira semana de vida, pessoas desfavorecidas, não cisgêneros e amamentação em tempos de emergências e crises, mobilizando a sociedade para aprimorar o apoio para todas as pessoas e, assim, não permitir que as desigualdades ou falta de acesso impeça a amamentação prazerosa”, destaca a conferencista.

A gestação é um período em que as mulheres ficam com muitas dúvidas, inseguranças e medos sobre a sua capacidade de amamentar, atividade que gera muita pressão da família e da sociedade em relação às mulheres. Todo esse cenário de pressão e sensibilidade da gestante pode abalar a sua autoconfiança e auto-estima, deixando-a muito propensa a oferecer mamadeira ao seu bebê.

O Brasil é referência mundial em aleitamento materno, ocupando posição de destaque em relação a países de renda alta como Estados Unidos, Reino Unido e China. Possui a maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo, com 228 bancos de leite humano (BHLs) e 240 postos de coleta distribuídos em todos os estados, além da coleta domiciliar disponível em algumas unidades da federação.

O Ministério da Saúde vem ofertando o curso de “Aconselhamento em Amamentação: um Curso de Treinamento” desde 1995. O curso nasceu da iniciativa do Programa de Controle das Doenças Diarréicas (Control of Diarrhoeal Diseases – CDD) em colaboração com UNICEF/OMS. Vários países adotam esse curso, que tem como objetivo treinar o profissional de saúde em algumas habilidades específicas para facilitar a comunicação e atingir uma ação construtiva, considerando as bases fisiológicas da lactação.

Recomendações

A mãe com auto-estima assegurada é capaz de resistir a pressões contra a amamentação. As seguintes recomendações são particularmente úteis no acompanhamento pré-natal:

– Dar muita atenção aos sentimentos da mãe, respeitando sua opção na escolha do que é melhor para ela e seu filho e não induzindo preocupações ou dúvidas sobre sua capacidade de produzir leite.

– Deixar que a decisão final seja tomada pela mãe e mostrar que ela é capaz de optar sobre o que é melhor para ela e seu filho, cabendo ao profissional dar sugestões e informações relevantes, com evidências científicas, numa linguagem simples e clara. A mãe sempre tem o seu saber, cabendo ao profissional compartilhar com ela seus conhecimentos sobre amamentação.

– Reconhecer o real motivo de sua consulta. A identificação da queixa real (que nem sempre é a relatada) é o ponto-chave para sugestões corretas sobre amamentação.

– Corrigir idéias erradas e dar informações corretas de maneira positiva, sem que soem como críticas. Ao dar informação, o pediatra se apresenta como um expert no assunto. Porém, discorrendo excessivamente sobre a questão, suas informações e sugestões podem não ser bem compreendidas nem tampouco acatadas pela mãe. Assim, o importante é selecionar apenas uma ou duas informações relevantes de modo positivo e de modo tal que ela perceba o que deve ser modificado, sempre mantendo uma atitude humilde.

– Fortalecer a compreensão da importância da consulta. Esta pode ter vários significados para a mãe: interromper a sua rotina, expor seus sentimentos, aguardar assistência, despender dinheiro e tempo. Uma simples consulta é sempre muito importante para a mãe que busca apoio e/ou orientação.

– Estar atento ao comportamento verbal e não-verbal tanto da mãe quanto do profissional. Este é o primeiro passo da consulta, que, por vezes, desenvolve-se sem a percepção da diferença contida nas entrelinhas da comunicação do olhar sem ver e do ouvir sem escutar. Mesmo antes de falar ou mesmo sem nada falar, o profissional pode facilitar a comunicação ou, ao contrário, provocar o desinteresse da mãe. Assim, a comunicação entre o profissional e a mãe numa consulta pode ocorrer sem expressão verbal, mas por meio de expressão corporal. Com forte convicção, de modo natural e por uma representação corporal, a seguinte mensagem deve ser passada para a mãe: “eu estou interessado em recebê-la e em escutar o que você quer contar para mim”.

– Manter uma corrente de atenção desde a porta de entrada do hospital/unidade básica até a saída da mãe. Nessa atenção se insere o acolhimento, que é o primeiro passo para o estabelecimento da boa relação médico-paciente.

Sobre a conferencista

 Mylenna Rodrigues Lucena Silva é nutricionista, formada há 21 anos, pela UFPA; é especialista em Tecnologia de Alimentos (UFPA) e Ciência da Nutrição Humana (FACINTER). Atua há 19 anos, como servidora efetiva, na Coordenação Estadual de Saúde da Criança-CESAC/SESPA-NÍVEL CENTRAL, sendo a RT do Eixo 2 da PNAISC: Aleitamento Materno e Alimentação Complementar saudável, além de ser facilitadora e Avaliadora da Iniciativa Hospital Amigo da CriançaIHAC/MS e Facilitadora do Curso de Gestores da IHAC/MS.

Também é tutora e facilitadora da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil-EAAB/MS e tem formação na NBCAL-IBFAN e MS. É facilitadora do Curso de Aconselhamento em Amamentação/MS; tutora do Método Canguru-3° etapa/MS e possui formação profissional em Aleitamento Materno, buscando a Consultoria Internacional em Amamentação-IBCLC – Método Bianca Balassiano.