O Telessaúde UFPA realizará a webconferência “Febre amarela: diagnóstico, manejo clínico e vigilância” no dia 20 de março. O tema será ministrado pela infectologista Rita Medeiros, que é doutora em Virologia Médica pela Universidade Paris VII Instituto Pasteur, e pela farmacêutica bioquímica Aline Carneiro, mestre em Vigilância em Saúde pelo Instituto Evandro Chagas (IEC). O evento será às 17h, com acesso pelo site telessaude.ufpa.br e é voltado para médicos(as), enfermeiras(os) e profissionais da saúde atuantes na Atenção Primária à Saúde no Estado do Pará.
Segundo a infectologista Rita Medeiros, com a recente notificação de casos humanos de febre amarela na região do Marajó faz-se necessária a capacitação da rede de Atenção Primária à Saúde (APS). “Essa capacitação é necessária para que os profissionais de saúde possam estar qualificados para o atendimento dos casos. E vamos dar ênfase para os aspectos clínico-epidemiológicos do agravo”, destaca a webconferencista.
De acordo com o Ministério da Saúde, desde 2014, o Brasil conta com um Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública: febre amarela, que estabelece ações e diretrizes a serem tomadas a partir de diferentes níveis de alerta para a doença.
Atualmente, a cobertura vacinal contra a febre amarela no Brasil é de 72,6%. No estado do Pará, esse índice está em 54,03%, enquanto no município de Breves apresenta metade da média estadual. Os dados são da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) e se referem às doses aplicadas até novembro de 2024.
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, que pode ser prevenida com vacina, de evolução rápida e gravidade variável, podendo ser fatal em suas formas mais severas. A transmissão ocorre em dois ciclos distintos: no ciclo urbano, o vetor é o mosquito Aedes aegypti; no ciclo silvestre, a transmissão ocorre por mosquitos de hábitos predominantemente silvestres. Primatas não humanos (PNHs) são considerados os principais hospedeiros do vírus e, assim como os humanos, também são vítimas da doença. No ciclo silvestre, os humanos são acometidos acidentalmente.
Os sintomas iniciais incluem febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores musculares, náuseas, vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria dos infectados se recupera após essa fase inicial. No entanto, cerca de 30% dos casos evoluem para a forma grave da doença após um período assintomático de algumas horas a um dia, o que pode levar à morte.
Sobre as conferencistas
A infectologista Rita Catarina Medeiros Sousa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (1993), residência médica em Infectologia pelo Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA (1995), especialização em bioquímica com ênfase em biologia molecular pela Universidade Paris 7 (1997), mestrado em Virologia Médica pela Universidade Paris 7 – Instituto Pasteur (1998) e doutorado em Virologia Médica pela Universidade Paris 7 – Instituto Pasteur (2002). Atualmente é professora associada IV da Universidade Federal do Pará, onde também desenvolve atividades de pesquisa e extensão no Núcleo de Medicina Tropical e Hospital Universitário Joao de Barros Barreto. É pesquisadora colaboradora do Instituto Evandro Chagas – Laboratório de Vírus Respiratórios.
Aline Carneiro é farmacêutica bioquímica pela Universidade Federal do Pará (UFPA), possui especialização em Doença Tropical (UFPA), Vigilância em Saúde (Hospital Sírio Libanês), e é mestre em Vigilância em Saúde e Epidemiologia (Instituto Evandro Chagas – IEC), tutora do EpiSUS Fundamental, tutora CBVE Malária, coordenadora de Arboviroses do Estado do Pará desde 2012, além de servidora concursada desde de 2007 da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa).