Webconferência debaterá cuidados e reabilitação do Autismo na APS

Webconferência debaterá cuidados e reabilitação do Autismo na APS

O Telessaúde UFPA realizará a webconferência “Autismo: cuidados e reabilitação na APS” no dia 31 de maio. O tema será ministrado pela terapeuta ocupacional Marcela Cunha, que tem certificação internacional de integração sensorial e vai ensinar como deve ser feito esse atendimento de pessoas que estão enquadradas no Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas unidades de Atenção Primária a Saúde (APS). O evento será às 17h, com acesso pelo site telessaude.ufpa.br e é voltado para médicos(as), enfermeiras(os) e profissionais da saúde atuantes na Atenção Primária à Saúde no Estado do Pará.

A conferencista Marcela Cunha destaca que sua webconferência terá como foco principal “a perspectiva sensorial e o impacto na vida da pessoa com autismo”. Nesse sentido, ela abordará três pontos principais: processamento sensorial e neurociências, sinais de alterações sensoriais e impactos ocupacionais. “Quando existe uma alteração sensorial ela tem um impacto importante na rotina das pessoas que tem autismo, independente, de ser na fase infantil, adolescente ou adulta e os seus papeis ocupacionais passam a se tornar um desafio muito maior por conta dessas alterações sensoriais”, destaca.

Marcela Cunha destaca também que é importante entender o que pode ser uma alteração sensorial, o que pode ser feito quando se identifica que existem sinais dessa alteração sensorial, para onde se deve encaminhar esses pacientes e quais os profissionais que estão responsáveis pelo atendimento. “Uma das coisas mais importantes é saber como agir, como por exemplo, quando tiver acontecendo uma crise por uma desorganização sensorial, que é diferente de quando se faz o manejo de uma birra”, explica a conferencista. “Então, é importante identificar e estar por dentro dessas questões que interferem no desempenho funcional da criança para que esse tipo de conhecimento amplie as possibilidades de ajudar essa pessoa com autismo”, complementa.

Além disso, segundo a terapeuta ocupacional, é importante também entender que não é só pela questão do comportamento. “É necessário entender que existe um gerenciamento, que é um processamento neurológico. E esse gerenciamento do processamento sensorial não depende da vontade da criança. Então, a ajuda que nós profissionais damos é muito importante nessa organização comportamental da criança”, concluiu Marcela Cunha.

O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. Sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. A prevalência é maior no sexo masculino.

A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno de TEA e encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade mais precoce possível, pode levar a melhores resultados a longo prazo, considerando a neuroplasticidade cerebral.

Sobre a conferencista

A conferencista Marcela Cunha é graduada em Terapia Ocupacional pela Universidade Estadual do Pará (UEPA), preceptora do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Pará (UFPA, na área de neuropediatria (URE-REI 2022-2023), supervisora clínica do Programa de Integração Sensorial de Ayres do Espaço Infantil Amira Figueira, especialista de Desenvolvimento Infantil, certificação internacional em integração sensorial (University Southern of California – USC), certificação no Conceito Neuroevolutivo Bobath e possui experiência na área de neuropediatria e desordens do desenvolvimento.