Doença de haff será tema da próxima webconferência do Telessaúde UFPA

Doença de haff será tema da próxima webconferência do Telessaúde UFPA

O número de casos suspeitos da doença de Haff volta a aumentar no Estado do Pará. Apenas neste mês de setembro 48 pacientes já foram atendidos com os sintomas da doença. O assunto tem chamado a atenção e por isso o Telessaúde UFPA realizará, no próximo dia 28, a webconferência “Aspectos clínicos e epidemiológicos da doença de Haff no Estado do Pará”, que será ministrada pela pesquisadora Deisiane Mesquita. O evento será às 19h, com acesso pelo site telessaude.ufpa.br e é voltado para médicos(as), enfermeiros(as) e profissionais da saúde atuantes na Atenção Primária à Saúde no Estado do Pará.

A doença de Haff, popularmente conhecida como “doença da urina preta”, é provocada por toxinas presentes em peixes e crustáceos contaminados. Dentre os sintomas, o mais marcante é a mudança na cor da urina, que passa a ficar cada vez mais escurecida. No Pará, o município de Santarém tem tido destaque no atendimento a casos da doença. De acordo com a Prefeitura de Santarém, foram registrados, até esta terça-feira (20), 48 atendimentos realizados na UPA e no Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo. De 1º a 20 de setembro, a UPA atendeu 43 pacientes com sintomas da doença. Desses, 19 foram transferidos para o HMS e mais 5 procuraram atendimento direto no hospital.

De acordo com a palestrante, a enfermeira Deisiane Mesquita, a webconferência vai abordar um pouco sobre o histórico da doença, que é relativamente nova e que “não tem um critério de diagnóstico confirmado por exame laboratorial, o que requer um cuidado no manejo clínico e nas informações que são levantadas pelos profissionais de saúde que estão atendendo esse paciente com suspeita de doença de Haff”. “É preciso que diante da suspeita, tanto os profissionais de saúde quanto a população, saiba quais são as características e manifestações clínicas que precisam ser checadas”, destaca a palestrante.

Deisiane Mesquita também vai abordar em sua palestra, aspectos como a vigilância epidemiológica da doença, o diagnóstico clínico e epidemiológico e quais são as amostras de sangue e urina laboratoriais que são necessárias para envio ao Laboratório Central do Estado (Lacen), “sempre enfocando que não tem um exame que vai dar o critério se é ou não a doença”. Além disso, ela vai falar sobre a sazonalidade, quais os meses com maior incidência, os municípios e centros regionais de saúde que estão apresentando maior número de casos da doença de Haff e prestar orientações gerais sobre como atender esses casos nas unidades de saúde do Estado do Pará.

Sintomas

A doença da “urina preta” está associada a uma intoxicação relacionada à ingestão de alguns peixes encontrados nos rios da região. O paciente sente extrema rigidez muscular repentinamente, podendo ocorrer dores musculares, dor torácica, dificuldade para respirar, dormência, perda de força em todo o corpo.

O sintoma mais marcante é a urina na cor de café, pois o mecanismo que os rins utilizam tenta limpar as impurezas, o que pode causar uma lesão na musculatura. Os sintomas costumam aparecer entre duas e 24 horas após o consumo dos peixes ou crustáceos.

O Telessaúde UFPA já realizou, neste ano, duas webconferências sobre Monkeypox. A primeira delas, “Monkeypox”, no dia 10 de agosto, foi ministrada pela infectologista Rita Medeiros e a segunda, “Vigilância da Monkeypox no Estado do Pará”, pela enfermeira Veronilce Borges. O Telessaúde UFPA também já realizou três webconferências sobre a temática da Hanseníase, que é uma doença com grande incidência de casos na região amazônica. A primeira webconferência sobre o tema foi “Hanseníase: diagnóstico e tratamento na APS”, realizada no dia 27 de maio; a segunda “Reações Hansênicas”, no dia 23 de junho; e a terceira foi sobre Avaliação Neurológica Simplificada na Hanseníase e Prevenção de Incapacidades, no dia 12 de julho. Todas as webconferências realizadas já estão disponíveis para assistir no site (telessaude.ufpa.br), na aba “Webpalestras”.

Sobre a conferencista

Deisiane Mesquita é enfermeira, pós-graduada em Saúde Pública (UEPA/Fiocruz), Mestre em Epidemiologia e Vigilância em Saúde (IEC/SVS/MS), Doutoranda em Saúde pública (Fiocruz) e técnica do Centro de Informação Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), da Secretaria de Saúde Pública do Estado do Pará (Sespa).