O Telessaúde UFPA/Ebserh realizará a webconferência “Segurança do paciente na APS” no dia 21 de novembro. O tema será ministrado pelo médico e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade Estadual do Pará (UEPA), Caio Vinicius Botelho Brito, que é especialista em Gestão de Qualidade e Segurança do Paciente pelo Hospital Albert Einstein (SP). O palestrante vai abordar todos os procedimentos que devem ser tomados para a garantia da segurança dos pacientes nas unidades de Atenção Primária à Saúde (APS). O evento será às 17h, com acesso pelo site telessaude.ufpa.br e é voltado para médicos(as), enfermeiras(os) e profissionais da saúde atuantes na Atenção Primária à Saúde no Estado do Pará.
Segundo o conferencista, Caio Brito, o foco principal de sua palestra será “a atenção do paciente na perspectiva da atenção primária”. “A gente vai abordar as situações de perigo dentro das oito metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a segurança do paciente, além da perspectiva da continuidade do cuidado, ou seja, todos os elementos que envolvem a segurança do paciente na perspectiva do cuidado como um todo”, destaca Caio Brito. “Então, a gente vai focar, principalmente, em casos práticos e discutir em cima desses casos práticos a gestão de segurança”, complementa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2004, criou o programa World Alliance for Patient Safety, que depois passou a se chamar Patient Safety Program, cujo objetivo principal era organizar os conceitos e as definições sobre segurança do paciente e propor medidas para reduzir os riscos e mitigar os eventos adversos (EAs). Em diferentes pesquisas, foram encontradas de 17 a 24 diferentes definições de erros em saúde e 14 de evento adverso, o que motivou a OMS a desenvolver a Classificação Internacional de Segurança do Paciente (International Classification for Patient Safety – ICPS).
O Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e a Segurança do Paciente traduziu os conceitos chave do ICPS para a língua portuguesa. Os oito (08) conceitos-chave da Classificação Internacional de Segurança do Paciente da Organização Mundial da Saúde são: Segurança do paciente, Dano, Risco, Incidente, Circunstância Notificável, Near miss (incidente que não atinge o paciente), Incidente sem lesão e Evento Adverso.
Quanto às ações para reduzir os riscos e mitigar os EAs, a OMS priorizou duas, que foram denominadas de desafios globais: reduzir a infecção associada ao cuidado em saúde, por meio da campanha de higienização das mãos, e promover uma cirurgia mais segura, pela adoção de uma lista de verificação antes, durante e após o ato cirúrgico.
Outras soluções têm sido estimuladas pela OMS, tais como: evitar erros com medicamentos que tenham nomes e embalagens semelhantes; evitar troca de pacientes, ao prestar qualquer cuidado – administrar medicamento, colher amostra para exame, infundir bolsa de sangue e etc.; garantir uma correta comunicação durante a transmissão do caso; retirar as soluções eletrolíticas concentradas das áreas de internação dos pacientes e controlar a sua utilização; criar mecanismos de controle de soluções eletrolíticas concentradas; garantir a medicação correta em transições dos cuidados (conciliação medicamentosa); evitar a má conexão de tubos, catéteres e seringas; e usar seringas descartáveis (WHO<http://www.who.int/patientsafety/solutions/patientsafety/Preamble.pdf>)28,29.
No Brasil, os órgãos e os serviços responsáveis por transfusões de sangue, pelo controle e prevenção da infecção associada ao cuidado em saúde e pelos serviços de anestesia podem ser considerados pioneiros no que tangem as medidas que promovem a segurança do paciente. Estes, há anos, adotam medidas para garantir a segurança dos processos de cuidado, com bons resultados. Infelizmente, muitas dessas medidas ainda são pouco valorizadas por gestores e profissionais da Saúde. Por essa razão, o Telessaúde UFPA/Ebserh está trazendo esta temática para debater em webconferêcia com os profissionais da área da saúde.
Sobre o conferencista
Caio Vinicius Botelho Brito é médico, Doutor pelo IEC, especialista em Gestão de Qualidade e Segurança do Paciente pelo Hospital Albert Einstein -SP, Professor da UFPA e UEPA, Conselheiro Suplente do CRM-PA.