Um mapeamento da situação de pessoas com autismo na Ilha do Marajó está sendo feito pela pesquisadora Janae Gonçalves, que coordena um projeto pioneiro no Brasil: coletar dados populacionais sobre o autismo em todos os municípios da Ilha do Marajó, para fortalecer as políticas públicas estaduais para o público. A pesquisa é feita pelo Programa de Desenvolvimento às Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (PDTEA), apoiada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), com execução técnica da Fundação Guamá.
Janae Gonçalves está imersa na rotina de profissionais que atendem pessoas com o transtorno do espectro autista (TEA) e, atualmente, a pesquisa está na fase de análise dos dados coletados durante as entrevistas em campo. Grupos de pesquisadores em duplas ou trios percorreram as cidades da ilha para aplicação de questionários respondidos por coordenadores do Atendimento Educacional Especializado (AEE), diretores de escolas, secretários de Educação, assistente social e profissionais de saúde.
As viagens foram uma oportunidade de conhecer a realidade local e ter contato com iniciativas desenvolvidas por professores, cuidadores e diretores, como uma escola em Cachoeira do Arari, que utiliza as artes com seus alunos com autismo para estimular o desenvolvimento escolar. “A gente quer a melhoria na vida dessas pessoas, do que precisam, do que foi feito e do que ainda pode ser feito para as pessoas que têm autismo e para os pais dessas crianças”, destaca a pesquisadora.
Segundo a coordenadora estadual de Políticas para o Autismo, Nayara Barbalho, a iniciativa é resultado da colaboração entre o Governo do Estado do Pará, Sespa, Cepa, Ufra e Fapespa, tem o objetivo de criar uma base de dados intersetorial que integre informações das áreas de saúde e educação.
Foto: Bruno Cecim/Agência Pará