Telessaúde UFPA realiza webconferência sobre Monkey pox

Telessaúde UFPA realiza webconferência sobre Monkey pox

A infectologista Rita Medeiros ministrou a webconferência sobre “Monkey Pox” nesta quarta-feira (10). A doença foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no final de julho, como emergência de saúde pública de interesse internacional e no Pará já foi confirmado um caso e tem outros suspeitos sendo monitorados e analisados. Quem perdeu a webconferência, promovida pelo Telessaúde UFPA, poderá assisti-la, acessando o site telessaude.ufpa.br, clicando na aba “webpalestras”.


A conferencista Rita Medeiros destacou em sua webconferência a história da varíola no mundo e chamou a atenção para algumas desinformações que estão circulando sobre a doença, como o fato de que ela teria um público específico para infecção, como tem sugerido alguns textos de fake News, que atribuem à doença aos homossexuais. A infectologista esclarece que não existe base científica para essa afirmação, que só tem reforçado o preconceito com um grupo social, uma vez que a doença acomete todas as pessoas, inclusive crianças. Além disso, ela também abordou o fato de que o nome da doença tem resultado em alguns ataques aos macacos, o que é preocupante e tem gerado discussões no campo científico sobre a necessidade de mudar o nome da doença.
A webconferência “Monkey Pox” foi a quarta realizada pelo Telessaúde UFPA, este ano, quando já foram realizadas outras três sobre a temática da Hanseníase, que é uma doença com grande incidência de casos na região amazônica. A primeira webconferência sobre o tema foi “Hanseníase: diagnóstico e tratamento na APS”, realizada no dia 27 de maio; a segunda “Reações Hansênicas”, no dia 23 de junho; e a terceira foi sobre Avaliação Neurológica Simplificada na Hanseníase e Prevenção de Incapacidades, no dia 12 de julho. Todas elas já estão disponíveis para assistir no site (telessaude.ufpa.br), na aba “Webpalestras”.


Monkey pox é uma doença, endêmica em regiões da África, já atingiu neste ano 20.637 pessoas em 77 países. No Brasil, já são quase mil casos, sendo mais de 700 apenas em São Paulo. A Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) confirmou na manhã desta terça-feira (02) o primeiro caso de varíola dos macacos no Pará. O diagnosticado está em isolamento domiciliar, assim como sua rede de contatos. O homem tem “histórico de viagem recente por São Paulo e Rio de Janeiro”‘, segundo a Sespa. Há outros casos suspeitos da doença no Pará: em Parauapebas e Santarém.


A doença é causada por um poxvírus do subgrupo orthopoxvírus, assim como ocorre por outras doenças como a cowpox e a varíola humana, erradicada em 1980 com o auxílio da vacinação. A doença foi descrita pela primeira vez em humanos em 1958. Na época, também se observava o acometimento de macacos, que morriam. Vem daí o nome da doença. Mas é importante destacar que, no ciclo de transmissão, eles são vítimas como os humanos. O tempo de incubação do vírus varia de cinco a 21 dias. O sintoma mais característico é a formação de erupções e nódulos dolorosos na pele. Também podem ocorrer febre, calafrios, dores de cabeça, dores musculares e fraqueza.
A infectologista Rita Catarina Medeiros Sousa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (1993), residência médica em Infectologia pelo Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA (1995), especialização em bioquímica com ênfase em biologia molecular pela Universidade Paris 7 (1997), mestrado em Virologia Médica pela Universidade Paris 7 – Instituto Pasteur (1998) e doutorado em Virologia Médica pela Universidade Paris 7 – Instituto Pasteur (2002). Atualmente é professora associada IV da Universidade Federal do Pará, onde ministra aulas nas disciplinas de infectologia e virologia e desenvolve atividades de pesquisa e extensão no Núcleo de Medicina Tropical e Hospital Universitário Joao de Barros Barreto.


É pesquisadora colaboradora do Instituto Evandro Chagas – Laboratório de Vírus Respiratórios. Tem experiência na área de Microbiologia, com ênfase em Virologia, atuando principalmente nos seguintes temas: influenza e outros vírus respiratórios, chikungunya, raiva e HTLV. É membro do Comissão Estadual de Residência Médica – CEREM/Pará; integra o Comitê Cientifico de COVID-19 e outras infecções respiratórias virais da Sociedade Brasileira de Infectologia. Exerce a função de gerente de atenção a saúde do Hospital Universitário João de Barros Barreto – UFPA desde 2021